PAULO MACHADO . ASSESSOR DE IMPRENSA E GESTOR DE MARKETING

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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

ERRADICAÇÃO DA MISÉRIA

Desde abril de 2002, os bispos do Brasil convocam os católicos a se engajarem num grande mutirão que contribua para a erradicação da miséria e da fome em nosso país. É inaceitável o contraste existente entre a pobreza extrema e a suntuosidade e o desperdício de riquezas.
No Documento da CNBB - 69 - Exigências evangélicas e éticas de superação da miséria e da fome, os bispos afirmam que “a injustiça social assume proporções de ofensa a Deus”. E “o mais triste para a consciência cristã é o fato de que a escandalosa desigualdade acontece pela falta de testemunho evangélico, criando ofuscamento das consciências, frieza diante do sofrimento humano e descrédito para com o anúncio da Boa Nova.”
NOVA ORDEM VOLTADA
PARA O BEM COMUM
A CNBB nos lembra que “a caridade evangélica é fundamento do agir cristão e requer a promoção humana e a libertação integral.” Por isso, a proposta deste mutirão vai muito além da assistência emergencial, pois só se resgatará a dignidade dos pobres através da “transformação da sociedade e da economia, numa nova ordem voltada para o bem comum”.
Este objetivo não é fácil de se alcançar, mas se não o tivermos como horizonte, vamos nos contentar em reclamar, arrumar desculpas ou em se encher de tarefas, muitas vezes desarticuladas, que pouco contribuem para atacar as causas da miséria.
A principal atitude “não é dar coisas, mas dar-se. É colocar-se a serviço, gastar tempo, estar ao lado de quem sofre.” Segundo os bispos, precisamos ter compaixão, que significa “gastar tempo e recursos com a organização dos pobres, pois, desta forma, apoiados e respaldados, eles poderão erguer a voz, mobilizar as forças e lutar pelo sagrado direito de viver com dignidade e esperança”.
MULTIRÃO, SEMPRE
O atual governo federal tem por prioridade a Segurança Alimentar e Nutricional. Isto é conhecido como o projeto “Fome Zero”, que pretende ser impulso para um novo modelo de desenvolvimento social para o Brasil, baseado na articulação permanente entre ações emergenciais e ações estruturais que ataquem as causas da miséria e da fome.
O Mutirão da CNBB nos indica também a necessidade de participarmos desta iniciativa do governo, aproveitando as oportunidades de qualificar e ampliar nossos trabalhos sociais. Para isso, porém, precisamos nos organizar, ter propostas e conhecer o projeto Fome Zero.
O mecanismo que o governo propõe é a implementação de Conselhos de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEAs) nos estados e municípios, com a finalidade de produzir políticas e garantir o controle social das ações neste campo.
As organizações sociais, estão constituindo espaços de discussão nos municípios (denominados fóruns ou redes), reunindo o maior número possível de entidades e grupos da sociedade civil e do poder público, para pensar juntos e definir o que fazer.
ARREGAÇAR AS MANGAS
Passos iniciais:
• divulgar e mobilizar para a importância da luta pela superação da miséria e da fome.
• conhecer a realidade social do município, fazendo o mapeamento das situações mais críticas e das prioridades. Isso se pode implementar reunindo informações já disponíveis em órgãos públicos, igrejas, universidades e centros de pesquisa. Tais dados devem ser checados e complementados com pesquisas nos locais onde existem condições de pobreza.
Não basta saber que tem gente passando fome, é preciso identificar onde estão e quem são realmente. Neste sentido, um elemento central é o despertar e/ou o fortalecimento das organizações comunitárias - associações de moradores, conselhos comunitários - pois só com o protagonismo dos próprios necessitados é possível garantir um processo eficaz.
DAR A NOSSA CONTRIBUIÇÃO
Conhecendo a realidade se pode saber o que é mais importante fazer e quem pode ou deve realizar tal tarefa, como, por exemplo, cobrar dos poderes públicos a efetivação das políticas sociais já garantidas em lei e que não são implementadas.
É importante frisar que o compromisso com o mutirão não é só das pastorais sociais mas de toda a igreja. Vamos, portanto, arregaçar as mangas, conhecer a proposta, reunir nossos grupos, movimentos, pastorais, catequistas e catequizandos e colocar a mão na massa, dando nossa contribuição para superar a miséria e a fome, começando por onde moramos.
Prof. Roberto Iunskovski

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