PAULO MACHADO . ASSESSOR DE IMPRENSA E GESTOR DE MARKETING

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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Presos no DF por fraudar vestibular são alunos da UnB e Católica, diz PF

Três suspeitos cursam medicina e um, administração; médico está foragido.
Segundo a PF, eles faziam prova de vestibular e repassavam respostas.

Do G1 DF
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Dos quatro presos no Distrito Federal pela Operação Calouro, três são estudantes da Universidade de Brasília (UnB) e uma mulher é aluna na Universidade Católica de Brasília, segundo a Polícia Federal. Outra pessoa envolvida com a fraude é um médico e está foragido. Eles faziam as provas de vestibular e repassavam as respostas ao candidato por ponto eletrônico, informa a investigação.
Entre os alunos da UnB, dois estudam medicina e um cursa administração. A aluna da Católica está matriculada no curso de medicina. As quatro pessoas estão presas no presídio da Papuda. A PF informou que as investigações continuam.
A Operação Calouro prendeu 46 pessoas na tarde desta quarta-feira (12) em todo o país suspeitas de fraudar vestibulares de faculdades de medicina em vários estados e no DF. Uma das sete quadrilhas envolvidas nas fraudes lucrava até R$ 2 milhões na época das provas, de acordo com o delegado-chefe da operação, Leonardo Damasceno.

As investigações duraram um ano e meio e apontam que pelos menos 60 candidatos do DF tentaram se beneficiar com o esquema em três vestibulares de medicina das Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central (Faciplac), entre outubro de 2011 e novembro deste ano.
Mandados de prisão
A polícia cumpriu 70 mandados de prisão e 73 de busca e apreensão em dez estados e no Distrito Federal. Em cada vestibular, sete quadrilhas atuavam para beneficiar pelo menos 20 candidatos. Cada um teria pagado até R$ 80 mil para que outras pessoas fizessem a prova com documentos falsos ou para ter acesso ao gabarito informal do vestibular por meio de cola eletrônica.

A estimativa da PF é de que sejam pelo menos 30 unidades de ensino superior afetadas em todo o Brasil pelas fraudes. "A carência de vagas na rede pública e a disputa acirrada tanto das federais quando nas particulares alimenta esse tipo de esquema, uma vez que os candidatos se atraem pela facilidade. Essas quadrilhas investigadas não atuavam nas universidades federais devido ao Enem, uma seleção muito maior e com mais restrições no momento das provas", explicou o delegado.
O delegado Leonardo Damasceno detalhou que o esquema funcionava de duas maneiras. Na mais simples, uma pessoa envolvida na quadrilha falsificava documentos e fazia a prova no lugar do verdadeiro candidato. Essa pessoa que realizava a prova quase sempre era um aluno de medicina com boas notas na faculdade.
Na outra modalidade, um membro da quadrilha fazia a prova rapidamente e saía da sala. Esse falso candidato que resolvia a prova era chamado pelos integrantes das quadrilhas de "piloto", pois deveria ser rápido para resolver as questões, e também era aluno de medicina.
De posse do gabarito, ele conferia o resultado e passava as informações por meio de uma escuta eletrônica ou por celular para o candidato. Antes da prova, os candidatos que contratavam os serviços das quadrilhas eram treinados para que soubessem como agir no momento de receber as respostas
A Polícia Federal comunicará às faculdades os nomes dos candidatos que foram identificados durante as investigações. "Esses alunos não possuem um vínculo permanente com a quadrilha. Nós faremos uma notificação à Justiça para que seja comunicado oficialmente e, então, sejam excluídos da instituição os candidatos que conseguiram lograr êxito em passar em uma ou outra instituição", afirmou o delegado.
Os suspeitos vão responder pelos crimes de formação de quadrilha, falsificação de documento, falsidade ideológica e fraude em certame de interesse público. A Polícia Federal informou que as faculdades afetadas pelas fraudes colaboraram com a investigação e não agiam de forma conivente com as quadrilhas.

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